AMAMS E ACELEN DISCUTEM PARCERIAS PARA PRODUÇÃO DE MACAÚBAS NO NORTE DE MINAS

| 09 de Outubro de 2025 - 09:45

A Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (AMAMS) recebeu, na manhã desta quarta-feira (08/10), representantes da empresa Acelen Renováveis para discutir a implantação de um amplo projeto de plantio de macaúba voltado à produção de biocombustível para aviação (bioquerosene). A Acelen, que atua no setor de energia renovável e possui investimentos do grupo Mubadala Capital, de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), pretende implantar o projeto em áreas do Norte de Minas e da Bahia, totalizando 180 mil hectares de cultivo, sendo 40 mil destinados à agricultura familiar.
 
A reunião ocorreu na sede da AMAMS, em Montes Claros, e contou com a presença do presidente da entidade, Ronaldo Soares Mota Dias, prefeito de São João da Lagoa; do prefeito de Coração de Jesus, Samuel Barreto; do diretor de Relações Institucionais da Acelen, Bernardo Araújo; do coordenador de Agricultura Familiar da empresa, Leonardo Ferreira; do secretário-executivo da AMAMS, Fabiano Oliveira; e dos assessores Ronaldo Mota Dias e Felipe Leal.
 
Durante o encontro, Bernardo Araújo explicou que o grupo vai construir uma biorefinaria no Recôncavo Baiano, próxima à Refinaria Landulpho Alves, já operada pela empresa. A meta é criar cinco unidades coletoras, possivelmente no Norte de Minas, para processar o coco da macaúba, fruto nativo da região e considerado promissor na produção de biocombustíveis. Segundo ele, o projeto busca estimular o plantio de macaúbas em áreas degradadas, conciliando geração de renda e preservação ambiental.
 
Os produtores da agricultura familiar poderão aderir ao programa com áreas de até 10 hectares, recebendo pró-labore mensal de R$ 1,8 mil durante o plantio e, após o início da colheita, lucros estimados em até R$ 6 mil mensais. A Acelen fornecerá mudas, assistência técnica e garantirá contrato de compra por 10 anos. A empresa também negocia com o Banco do Nordeste (BNB) para viabilizar o financiamento do custeio inicial dos produtores.
 
O presidente da AMAMS, Ronaldo Soares Mota Dias, destacou a importância do projeto, mas ressaltou a necessidade de garantir condições financeiras adequadas aos pequenos agricultores: “Sem apoio inicial, será difícil engajar a agricultura familiar, pois o custo do plantio é elevado e ainda há desconfiança devido a experiências anteriores com outras culturas, como a mamona, cujos contratos não foram cumpridos”, afirmou. Ele reforçou que a parceria com o Banco do Nordeste pode ser decisiva para viabilizar o programa, desde que alinhada às políticas públicas vigentes.
 
A Acelen informou ainda que o cultivo poderá ser consorciado com culturas como cacau e café, aumentando a rentabilidade e diversificando a produção. A empresa também pretende integrar o projeto com universidades como a UFMG e a Unimontes, fortalecendo a inovação, a pesquisa e a sustentabilidade no campo. O investimento inicial da Acelen Renováveis no Brasil é de US$ 3 bilhões, com potencial para gerar até 85 mil empregos diretos e indiretos e movimentar cerca de R$ 40 bilhões na economia nacional até 2035.
 
A Acelen Renováveis é uma empresa de energia renovável da Mubadala Capital, companhia global de gestão de ativos sediada em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, criada para atuar de forma estratégica na transição energética mundial.